Deixe a luz passar!

Deixe a luz passar!
Fiat lux!!!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Você, Maria Clara!!!


Eu bebi da fonte clara e transparente.
A luz cortava o ar, batia na água e refletia todas as cores do arco-íris.
Eu olhei o céu e vi um anjo passando, voando sereno.
A clara luz o iluminou!

Seria ele a própria luz?
Ou seria a luz o próprio anjo?
Talvez um anjo de luz.

Não sei a resposta.
Talvez o anjo queira esclarecer, clarear,
Sorrir e chorar um pouco sua quase humanidade.
Seu olhar enigmático!

Como posso entender a forma perfeita com minha visão imperfeita?
Também não tenho olhar interior que me possa ajudar.
Talvez o anjo o queira,
Com sua simplicidade e objetividade angelical.

Mas também, não sei como perguntar a um anjo.
Só os vejo, por aí,
Em uma comunicação surda e muda, apenas visual,
Lindamente visual!

Vi o que o anjo produziu.
Telas lindas, vivas e falantes.
Mas que se calaram diante de não sei o quê.
Talvez o anjo saiba.

Pena eu não saber a língua dos anjos.
Sabe, eu apenas os vejo, lindos, a voar e brincar.
Já não sei se sou capaz de voar também.
Talvez pudesse, se tentasse, quem sabe?

Será que alguém ainda se lembra de como fazê-lo?
De como era bom ter o vento soprando forte contra o rosto?

Ah, há os sonhos que tentam resgatar a condição perdida.
Mas sempre fica a sensação de que eram apenas sonhos.
Uma angústia por saber não poder mais.
Uma ansiedade torturante em quase conseguir não voltar do sonho!

E voar alto, sem pressa e sem razão para voltar a terra.
Qualquer distância já não faz sentido.
Qualquer desejo já foi realizado.
O que sobra então?

Como reaprender o que nem sei se soube um dia?
Apenas intuo que já estive lá e que guardo uma recordação mal definida.
Será?