Sábado, depois de deixar meu filho no trabalho, notei que havia esquecido a caixinha de voz em casa. Até aí, dirão: tudo bem, nada de novo. Mas, após essa constatação, tive a certeza de ter perdido um membro: um braço, quem sabe uma perna. Foi aí que caiu a ficha (não resisti ao trocadilho, apesar de orelhão já está quase extinto do nosso universo, penso): algumas coisas entram em nossas vidas e se integram de tal forma, que já não existimos completamente sem elas. Esse é o caso do tal telefone celular. Juro que relutei até onde pude, mas acabei me rendendo por um apelo profissional. Perdi aí minha privacidade e algo mais que não sei bem o que é, ainda.
Podem me chamar de antiquado, retrógrado e quantos qualificativos tiverem à mão, mas a sensação de perda por ter um celular é maior do que a de poder que a modernidade me dá. Essa história de falar a qualquer tempo não me seduz mais. Portanto, só isso já bastaria para por fim ao meu bendito celular, o que seria outra estupidez (a primeira foi ceder ao apelo de tê-lo).
Imagino que há pessoas que ao saírem de casa, façam um “checklist”:
documentos: ok;
chaves do carro: ok;
óculos: ok; e...
Parece que é só, mas essa impressão de que estou esquecendo algo não cessa. O que será? Não consigo me lembrar do que seja. Ah, o mais importante, o celular!
Ele chama a companheira:
- Meu bem, por favor, pegue o celular pra mim. Não sei onde estou com a cabeça. Esquecer logo o celular.
- Meu bem, por favor, pegue o celular pra mim. Não sei onde estou com a cabeça. Esquecer logo o celular.
Ela atendendo à solicitação:
-Nossa, você enlouqueceu? Onde já se viu andar sem o celular. Só você mesmo. Ainda bem que se lembrou antes de sair. Aqui, toma, vê se não esquece mais.
-Nossa, você enlouqueceu? Onde já se viu andar sem o celular. Só você mesmo. Ainda bem que se lembrou antes de sair. Aqui, toma, vê se não esquece mais.
Para algumas pessoas nem é um objeto, é antes um lugar: Não, ele não está em casa, não. Mas liga pra ele, ele está no celular.
É, e assim vamos nos modernizando, encurtando as distâncias, ganhando tempo e aquecendo o cérebro até virar pipoca. Juro! Vi um filme no “youtube”. Mas já há vários desmentidos a respeito. Não se pode confiar. E eu nem tentei a experiência. Esqueçamos o filme do ‘youtube’!
Mas, lembremo-nos da pergunta da sábia Vivian: "você questiona o que lê, ou vai acreditando a esmo?".
É, e assim vamos nos modernizando, encurtando as distâncias, ganhando tempo e aquecendo o cérebro até virar pipoca. Juro! Vi um filme no “youtube”. Mas já há vários desmentidos a respeito. Não se pode confiar. E eu nem tentei a experiência. Esqueçamos o filme do ‘youtube’!
Mas, lembremo-nos da pergunta da sábia Vivian: "você questiona o que lê, ou vai acreditando a esmo?".
Vc acredita em tudo que está escrito? Eu acredito no que vc escreve, contar o cotidiano com suavidade é muito bonito. Taí coisa que eu não sei fazer. Abraço
ResponderExcluirOi, chegando e já entrando na conversa. rsrs
ResponderExcluirEsqueço o celular direto, em casa, na casa da mãe, fica na bolsa e na gaveta e não escuto. São várias reclamações.
Mas faz falta sim.
chegando aqui, nem lembro por onde.
abraços
E aí, Zanata, já está usando o forno microondas? Depois de se render ao celular, não se esqueça do forninho!
ResponderExcluirO relatado é algo tão comum, do dia-a-dia de cada um, acredito. Mas suas palavras suavizam tudo. Me fazem perder em devaneios meus e manias vindas da modernização. E as questiono. E vivo a questionar.
ResponderExcluirE respondendo: Não. Não acredito em tudo que leio. Mas leio de novo o que me faz acreditar.
Bjs!
p.s.: obrigada pela visita no meu canto. Volta sempre!