Deixe a luz passar!

Deixe a luz passar!
Fiat lux!!!

sábado, 8 de novembro de 2008

O que pensar?


Ontem, depois da habitual pelada de sexta-feira, reunimo-nos para a cervejinha e o bate-papo descontraído ziguezagueando os assuntos.

Até que alguém chamou a atenção para o que o Almir relatava. O zunzunzum foi diminuindo e então pudemos todos ouvir um episódio da história de vida do colega, o qual me autorizou a contá-la.

Em mil novecentos e setenta e um, o Almir, ainda um garoto, cursava a escola militar em Guaratinguetá, cidade do Vale do Paraíba, do Frei Galvão, no Estado de São Paulo. Era sábado, ele deixou a escola e saiu para a cidade. Todos fazíamos isso. Era nosso divertimento e momento de sociabilizarmo-nos. Esquecer um pouco do rigor e regras, demais, às quais estávamos afetos para a formação militar. Lá chegando, conheceu uma jovem de nome Isabel, por quem se encantou e, correspondido, passou a um namorico de fim de semana, tudo normal.

No domingo, o Almir, depois de conversarem muito e namorarem mais ainda, e por ter que voltar para a escola, resolveu levar a moça em casa. Estranhou que ela não quisesse e até relutasse contra isso. Insistiu e ela concordou, desde que a deixasse próximo a casa. Acordo feito, seguiram rumo ao endereço da moça. Beijos mil marcaram aquela despedida e ambos concordaram em se encontrar na sexta-feira seguinte. Almir observou ela se afastar e abrir o portão, entrar na casa e sumir ao cerrar-se a porta. Missão cumprida, retomou o caminho de volta à escola.

A semana parecia ter mil anos, não passava. A ansiedade própria da idade imprimia um sofrimento sem fim ao apaixonado Almir. Mas, como tudo tem um fim, aquele martírio também acabou na sexta-feira. Nova liberação. Destino certo ao ponto de encontro marcado com a Isabel, foi.

Lá a ansiedade era por vê-la, tocá-la, beijá-la. Enfim, namorar e tudo que isso significasse.




Sentado, viu os minutos, as horas e sua paciência se esgotarem, sem que a Isabel aparecesse. Frustrado, voltou para a escola. No dia seguinte fez a mesma coisa e nada de Isabel aparecer. Pensou em ir até sua casa e encontrar uma resposta ao cano. Desistiu, pois poderia haver um pai bravo ou um irmão mais velho e pouco sociável.
O domingo foi cheio de dúvidas e receios. Mas, o Almir perseverou. Nada. Isabel parecia simplesmente ter-se esquecido dele. Talvez não tenha significado coisa alguma aquele encontro e ele menos ainda; pensou. Como ela pode tê-lo feito acreditar em um encontro casual, mas promissor, e depois não aparecer, matando suas esperanças no amor? Não, isso não ficaria assim.
Decidido, encaminhou-se ao lugar onde a deixara: sua casa. Lá chegando, anunciou-se com palmas no portão. Apareceu uma senhora. Indagada sobre ali ser a casa de Isabel, a senhora confirmou e o convidou a entrar.
Animado, aceitou o convite. Uma vez no interior da casa, Almir, sentado confortavelmente num sofá, foi interrogado pela senhora, com um álbum de fotografias na mão, sobre quanto tempo se conheciam. Almir contou onde, quando e como haviam se conhecido e sobre o encontro marcado e não acontecido.
Ela entregou-lhe o álbum e perguntou:
- Moço, você pode apontar para mim qual dessas moças é a Isabel?
-Claro que sim. Respondeu apontando para a foto da linda Isabel.
A senhora disse que ele estava certo, que aquela era sua filha Isabel. Mas que eles não poderiam ter-se encontrado. Não no fim de semana passado, porque Isabel havia morrido há oito anos. Almir, assustado, ainda argumentou que não era louco e que namoraram.
A mãe, então, contou sobre Isabel. Disse que ela morreu sem ter concretizado um sonho que levou para o túmulo. Ter namorado um rapaz da Escola de Especialistas da Aeronáutica.

Sem estar completamente refeito da experiência, Almir voltou para a escola e nunca mais soube da Isabel ou sua mãe.
Ontem, confessou que recentemente retornou a Guaratinguetá com sua família, procurou sem sucesso o endereço que tinha na memória. Mas que até hoje não consegue entender o que e como aquilo aconteceu.

18 comentários:

  1. Oi Zé,

    Nossa me arrepiei agora!
    Isso que é amor além da morte!

    Isso só vem a comprovar que :"Existem mais mistérios entre o céu e a Terra do que sonha nossa vã filosofia!!!!!!"

    bjinhos

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  2. Oi, Zé

    Cruzes, homem, que texto!
    Ai, ai, fiquei com medo.

    Parabéns, viu.


    beijo da sua amiga paulista

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  3. Meu amigo eu não sei o que dizer, só não queria ser ele. Engraçado, já pensei numa coisa dessa quando era mais jovem e saia com moças e depois sumiam...Será Zé???!!!
    E estas fotos lindas são suas?Quanto ao museu Pelé, acho muito bom que se faça ali, por outro lado, vamos perder aquelas ruínas.

    Abraço e bom fim de semana

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  4. Vim rindo com o beijo pantaneiro. Como será? As vezes deixo abraços pernambucanos nos lugares, e significa para mim, o sol, o afeto dos nordestino, aquele abraço gostoso, envolvente.

    E o beijo pantaneiro? Só me lembrou molhado. rsrsr

    Estou mais morta que viva de cansada, mas a saudade me faz andar pelos blogs. Volto para ler seu texto com calma.

    abraços pernambucanos. rsrs

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  5. ...Zé do cééééuuuu!
    que história mais mirabolante
    essa?

    existem muitas explicações para
    este feito.
    mas a mim parece que foi realmente
    o desejo da moça sendo realizado.

    ou então, fantasia das bravas,
    que rondou a cabeça deste teu amigo.

    o que não é de se descartar.

    às vezes trazemos à tona,
    como se realidade fosse,
    fantasias do subconsciente
    sem que percebamos, e depois
    fica gravada na memória.

    é isso...

    muahhhhh

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  6. Cambio. Rapaz! Impressionante! O seu amigo viajou pelo espaço-tempo, em outra dimensão. Além da Isabel, sequer o endereço era daqui, da velha Terra.
    A propósito, o cara é piloto? Muitos deles contam histórias incríveis, que já foram seguidos por disco voador, ou, que viram luzes estranhas. Cambio and turn off! :)
    Um abraço!

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  7. Zé meu nobre, add seu blog na nossa lista.


    Grato pelas visitas.

    Equipe Imagens de Barbacena

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  8. Coisa estranha!

    Por isso tenho medo de me apaixonar por pessoas estranhas!rsrs


    Até...

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  9. rsrs.. Não querendo dúvidar de seu amigo..

    Mas parece com alguma lenda urbana..

    Eu já vi a mesma história no programa da Márcia na Band! (.. é eu vejo esse tipo de coisa) Oo

    Será que era a história dele?

    Bjoss..gostei, gosto de histórias que fazem refletir.. e essa faz muita gente pensar, será que realmente existe a outra dimensão.. e quem vai pode voltar??

    ?

    []

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  10. Amigo ÔÔÔÔôôÕ MEU DEUSSSSS que isso??? rapaz??? ôôÔ!!!

    Fogo! Eu fui lendo, lendo e depois me arrepiando, arrepiando e rindo... rindo.. :)

    Caro amigo que história é essa hein??? meu Deus... esse seu amigo ficou do ladinhuuuuu do além do aquém.. kkk e nem deu por isso.. kkkk....

    Amigo Zé essa foi boa d+++ mesmo...
    tenha uma óptima semana
    adorei as fotos viu manda-me mais tá... aiaiai... aquelas jabuticabas não saêm da minha cabeça.... :( Lol...

    Beijos querido amigo
    sua rosa amiga sempre
    e cheirinhos de chuvas pantaneiras

    Iana!!!

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  11. Olá meu amigo Zé!.
    Que história mais sobre natural.
    Podem como a Vivi disse, existir sim diversas explicações , perante ao espiritismo.
    Mas, não estamos aqui para comentar.
    Beijos e uma semana abençoada para tí.
    Muitas luzes e paz em seus caminhos.

    Sua colega,

    Regina Coeli.

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  12. meu Deus, Zéééé!

    me arrepiei todinha..

    ai ai ai...! Se vc não contasse assim, tão facilmente, acharia que fosse conto de pescador.

    confesso que não sei lidar com isso. morro de medo de filme de terror e de escuro! rs.

    obrigada pelas palavras doces de sempre. adoro quando me faz visita. as portas estão sempre abertas. =)

    beeeeeijos!

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  13. Bom dia amigooo
    bom dia Vida...

    Ola amigão pantaneiro conterraneo e malvadinhuuuu :)... Beijos e beijos da rosa amiga... deixei aqui um presentinho.... :)

    BONS AMIGOS

    Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
    Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
    Amigo a gente sente!

    Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
    Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
    Amigo a gente entende!

    Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
    Porque amigo sofre e chora.
    Amigo não tem hora pra consolar!

    Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
    Porque amigo é a direção.
    Amigo é a base quando falta o chão!

    Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
    Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
    Ter amigos é a melhor cumplicidade!

    Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
    Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

    beijos e beijos amigos abraços, afeto e admiração
    Iana!!!

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  14. ...bom dia, moço!

    obrigada pelos carinhos de sempre...

    amigo é assim...

    nos visita simplesmente,
    e porque sim...

    bjusss

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  15. obrigada por sua visita e comentário em meu blog!
    Virei com calma e comentarei!
    Fique com Deus!

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  16. Cruzes canhoto... Como é?... Deve dar susto de nunca passar à dita porta.

    Abraços

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  17. Oi, voltei para ler com calma, conforme o prometido.

    Já ouvi histórias assim.

    abraços

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  18. Olá, amigo,
    esta moça está viva, apenas mudou seu modo de vida, seu endereço, casou, encontrou outra pessoa e sinceramente, não vai mais voltar para o Almir, mas ele vai conhecer outra com o mesmo nome e vai ser feliz de verdade... E para vc tb felicidades! Lady

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