Deixe a luz passar!

Deixe a luz passar!
Fiat lux!!!

domingo, 14 de novembro de 2010

Aniversário!!!


Não te decepciones; aprende.
Não te desesperes; acalma-te.
Não penses que eu te esqueci, porque ainda me lembro.
Não penses que tudo está resolvido, porque haverá um amanhã.
Não te esqueças de olhar o pôr-do-sol; ainda há luz.
Olha sempre o céu de agosto, por certo encontrarás uma grande lua cheia.
Não grites; acalma-te lembrando do barulho da chuva.
E pensa em quem significa algo na tua história pessoal.
Não é preciso ter sido protagonista, 
basta ter sido coadjuvante de um pequeno capítulo
e ter percebido o teu sorriso ou 
mesmo a lágrima que molhou teu rosto em um momento de emoção.
Hoje, ontem, amanhã, tanto faz, porque tua lembrança 
me será eterna enquanto eu o for.
A incoerência pode estar escondida nos nossos desassossegos ou 
mesmo em algum conceito mal concebido.
Mas, quando chegar a primavera, não deixes de molhar o rosto, pelo menos uma vez, na chuva morna que cair de repente.
Não te iludas com o tempo, 
porque ninguém o entende muito bem 
e ele, por sua vez, parece não se importar com ninguém.
Eu queria só dizer isso, 
mas não posso deixar de falar das flores primaveris que desabrocham 
e me impelem a buscar teu rosto 
em meio aos raios de sol 
das manhãs solitárias 
nas montanhas azuis 
de meus pensamentos.
Feliz aniversário, 
quando quer que ele seja 
ou tenha sido.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

A Universidade é bem mais que um vestido curto e espaço na mídia!!!



No dia 31 de agosto, teve início na UFMS, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, o Terra Brasil 2010, III Congresso de Arquitetura e Construção com Terra no Brasil, cujo tema foi: educação, capacitação e transferência de tecnologia.

Faz aproximadamente dois anos e meio que me interessei pelo assunto e fui impulsionado a aprender um pouco com essas pessoas, profissionais preocupados e abnegados em quebrar alguns paradigmas e manterem outros, como por exemplo: só se transforma pela educação. Esse é o que se acredita que deva ser mantido ou resgatado ou subversivamente imposto quando não garantido pelas instituições do Estado que, por entenderem que o povo não precisa de educação para ser dominado, não o aplicam.

Nos quatro dias de Congresso pôde-se ver muita quebra de paradigmas. Vi acadêmicos sendo reverenciados por Doutores pela primeira vez, porque seus trabalhos são revolucionários para a vida humana, tiram o homem comum, trabalhador, do ciclo de exploração econômica e o coloca no papel principal de sua própria vida, sua história. É o caso do Fernando, acadêmico, que com seu trabalho tem mudado a realidade de gente que diz como quer ver sua vida ajudada pela tecnologia que ele, Fernando, quer e transfere a eles e seus destinos: autonomia e consciência de seu papel no planeta.

Há o trabalho da arquiteta peruana María Teresa, o da colombiana Lucia Garzón, lá na Paraíba com a assistente social Yudith Gomez, que já é mais paraibana que argentina e seu projeto de inclusão social de fato, transformador de realidades. Claro que há mais gente agregada a isso, lá. Tem um professor “doido” que ensina aos alunos a verem e sentirem que seu papel social é muito mais amplo do que suporta sua condição abastada e, por vezes, alienada, não que tenham culpa direta, mas, lembra daquela fala sobre não educação? Tem que ver com isso, também. Há depoimentos de um desses alunos sobre sua condição, o que denota a razão desse “louco” professor.




A nipo-brasileira Akemi e sua, já, casa de pau a pique, a quem interessar possa. A Célia, baiana porreta, também. O Obede que, lá de Bauru, integra esse time de “fazedores” de opinião. O que impressiona é que eles ensinam cidadania a muita gente jovem e a não tão jovem também. Metem o pé na massa, da terra, e fazem o adobe que constrói  cognitivamente toda uma resistência pela sobrevivência de nossa espécie. Acha que estou exagerando? Pois não estou, peço que acreditem, afinal não peço algo impossível. No encerramento, hoje, falou-se do sucesso do Congresso e do número de participantes: 300 aproximadamente. Eu pensei que haveria mais, me enganei. Mas o peso de cada um foi pelo menos 5. A Itália, Perugia, contribuiu com uma representante, Eliana e seu trabalho no Marrocos; Peru, María Teresa e Diego e outros mais; Colômbia, Lucia e Esteban, acadêmico; Portugal, Alentejo, Filipe Jorge; Argentina, Oriel, Maurício e outros; México, Juan e suas maravilhosas abóvedas; Piracicaba, Marcio e a taipa de pilão; curiosamente, só a região Norte não se fez representar. É, quem sabe da próxima. Bem, essa gente tem consciência da luta que trava todos os dias contra a incredulidade, contra o poder econômico que corrompe, engana, mascara e explora nossa pouca ou nenhuma vontade diante da vida. 

 


Dedico essa postagem a todos quantos estiveram nesse congresso, em especial à Andrea Naguissa Yuba a incansável e ao pessoal de apoio, acadêmica Tauly e sua generosidade, Pedro, Eduardo, Erico, a vocês o meu muito obrigado.

domingo, 30 de maio de 2010

Born to be wild: easy rider!!!


Uns nascem para serem selvagens - talvez sejam os redentores de toda a espécie humana, não sei - outros para os admirar e muitos para os odiar, por não entenderem a visão que eles têm ou até mesmo por não compreenderem o momento por que passam e, por isso os detestam, perseguem e tentam destruí-los; algumas vezes conseguem.
Não acho que Dennis Hopper tenha  sido um herói ou algo do gênero, mas sua compreensão de seu tempo era muito apurada. E, sua possível conexão da arte com a realidade está no fato de despertar nos outros um pouco desse sentir e ver, constatar, portanto, o que talvez seja necessário à vida. Viver também é transgredir regras, quebrar correntes escravizantes que impedem a realização livre dos seres. Às vezes isso acontece espontaneamente, sem que tenhamos as correntes presas aos pés e mãos; mas é raro. Então é aí que surgem essas pessoas. Usam o que tiverem à mão para fazer o outro ver aquilo que parece impossível de se ver. As artes servem para isso. E o artista com sua sensibilidade toca as mentes, os espíritos, os acordam, os reanimam trazendo-os à vida com o intuito simples de mostrarem que é possível viver sem vender sua alma a quem quer que seja e de maneira pacífica, de preferência, mas, se preciso for, deve-se ir à luta.
No dia-a-dia vemos gente com esse comportamento, no entanto, um sentimento menor nos invade e nos impede de reconhecê-los. São comuns, não têm mídias disponíveis à divulgação de sua imagem e de suas idéias. Às vezes, nem querem, são o que são sem entenderem bem por que o são, apenas vivem pelo que acreditam; não negociam barato e têm um sentimento de humanidade além do alcance das vistas, são impessoais e alcançam o coletivo exatamente por serem únicos.
Que ser livre não seja nada mais além do reconhecimento de que a vida não pode prescindir da liberdade compartilhada, porque não parece existir liberdade individualmente, senão no conjunto, na sociedade.  E que o medo individual não seja maior do que essa vontade coletiva; sempre.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Maldito companheiro!!!


O ar já não tinha toda a poeira solta mas uma umidade refrescante trazida com a brisa de setembro. Todos os anos dizia que um dia sairia dali e não mais teria que suportar o inverno quente e seco do cerrado. A bronquite o consumia ano após ano, afinal não se fica mais jovem com o passar do tempo e os pulmões que antes aguentavam tantos cigarros, hoje imploram por ar puro, sem poluição.
Lembra de quando começou com o maldito vício. Tinha dezesseis anos e o exemplo contínuo dos pais fumantes. Quisera manter-se afastado de fumo, mas, inconscientemente, havia o apelo visual e olfativo a cobrar-lhe, a dizer-lhe que se eles o faziam, então não era de todo tão mal. Resistia. Até que em um desses dias em que tudo parece ser favorável ao impossível acontecer, o inevitável se apresenta sem sutilezas, sem reservas, sem razão alguma aparente, sem medo sem a menor consciência e então com um simples ato de se pegar um fósforo, levar o cigarro à boca e acendê-lo, dar a primeira tragada e sentir os pulmões apertados, sufocados pela fumaça insana, tossir meio desajeitado e em seguida ter vontade de jogar o bastão branco de papel e fumo em brasa fora, mas qual nada. O orgulho é assim, nos deixa perplexos e apáticos diante da imbecilidade cometida, sem reação momentânea. Passado esse momento, vemos que estamos vivos e que talvez, em outra hora possamos tentar de novo dar outra tragada. Assim fazemos e repetimos e repetimos até não mais pensarmos nas conseqüências desses atos banais, só tendo a certeza da estupidez ao atingirmos idades em que os pulmões reconhecem o que é ar puro e ar ruim. Quase sempre já é tarde demais, pois o comprometimento alveolar já não permite uma troca volumétrica simples, os alvéolos já não têm a mesma força de compressão. Os avisos gratuitos de médicos e amigos bem intencionados não foram suficientes e bombardeiam a memória a todo instante.
Lembra também de quando parou de fumar. Acordou cedo e levantou meio atordoado. Foi para a cama tarde na noite passada. Antes de deitar, abriu a janela do quarto, debruçou-se na janela e acendeu um Carlton, grande companheiro das noites: as boas e as más. Tragou longamente, repensou o dia, prendeu um pouco mais a fumaça, tentando sorver o sabor e as sensações que não estavam contidas naquele ato e tampouco no cigarro, para liberá-la lentamente, à medida em que levantava o olhar ao céu estrelado. Talvez essa fosse a sensação mais próxima de prazer que se pudesse extrair do ato, e só mesmo. Mas sua intensidade era tal que iludia a percepção de um modo particular e egoísta; seu. O dia seria corrido. Mas agora não tinha pressa, estava tonto, deixou-se cair na cama secamente e ali permaneceu dez, quinze minutos, imóvel, quase voltou a dormir, mas as obrigações falaram mais alto. Levantou-se de vez e no chuveiro afastou a preguiça e o mal estar matinais. Prometeu não acender um cigarro sequer naquele dia; esperava realmente cumprir sem saber como.
Chegou no ponto de ônibus, cumprimentou os velhos conhecidos, fez sinal para o terceiro que vinha chegando. Embarcou, cumprimentou o cobrador, pagou a passagem, transpôs a roleta , sentou-se, como de costume, na parte média junto á janela a olhar a paisagem que bem conhecia de idas e vindas diárias nesse trajeto para a faculdade. Nada passava por sua mente que merecesse menção. Desembarcou no ponto final e começou a caminhar em direção ao campus. Encontrou um amigo, mais um e mais outro, trocaram cumprimentos e logo já estavam sentados na sala escutando um professor de pálpebras inchadas e de olhar caído, que sempre lhe remetia à figura de um bulldog. Isso o deixava com a sensação de amizade, que nunca teve, com o professor, pois tinha muita simpatia para com essa raça de cães. Não se lembra quando o professor saiu e outro entrou ou mesmo quando saíram da sala. Quando se deu conta já tinha passado o dia e não se lembrava de ter fumado nem um cigarro sequer. Seria possível que tivesse fumado, mas não sentia o gosto característico. Isso somado à falta de lembrança dava uma margem razoável de certeza de não ter fumado. Não tinha fumado.
Um dia inteiro sem cigarro e nem se deu conta. Agora sabia que era possível sobreviver sem o vício e extingui-lo de vez.
Na manhã seguinte acordou com o costumeiro gosto insuportável na boca, mas decidido a continuar com o processo. A rotina se deu normalmente e mais um dia abstêmio.
Os dias se passaram, tornaram-se meses e sem cigarro. Já nem sentia mais o gosto desagradável, mas sim uma intolerância incomum ao cheiro da fumaça de cigarros, especialmente se estivesse resfriado. Só podia ser alergia desenvolvida pela prática tão longa de fumar.
Mas, em uma manhã qualquer entre aquele primeiro dia de abstinência e esses todos decorridos sem o fumo, algo diferente lhe chamou a atenção. Lembrou-se do sonho que tivera. Nele havia fumado um único cigarro, apenas um miserável deslize e era como se realmente tivesse fumado, embora tivesse plena convicção de não tê-lo feito. Isso sabia. Mas então por que tinha aquele terrível gosto já perdido havia meses? Sem resposta continuou sua rotina. Outras manhãs como essa se repetiram e a vontade de fumar começou a ficar forte, mas não tão forte a ponto de sucumbir a ela. Resistia bravamente. Continuava intrigado, quando supôs que talvez fizesse parte do processo de desintoxicação todas aquelas sensações matinais que desapareciam com o passar do dia. Ficou mais atento. Desconfiou de uma possível dependência química pelo uso do tabaco. Lembrou-se do drama de Christianne F, uma garota alemã viciada em heroína, para largar o maldito vício. Bem, mas comparar tabaco com heroína é forçar demais as situações. Esqueceu. Anos depois assistiu a uma entrevista em um programa de TV que acompanhou um processo de um ex-fumante que tentava provar na justiça americana que o tabaco provocava dependência química, havia até cientistas envolvidos e dispostos a revelar que uma empresa americana modificava o tabaco para provocar dependência. Não estava tão longe da verdade.
Tudo isso era confortante saber e relembrar menos, é claro, o fato de ter começado a fumar e agora sentir os efeitos maléficos e irreversíveis de seu uso.

Semana passada nos despedimos dele em um sepultamento simples e, curiosamente, só seu filho mais velho fumava entre os presentes.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Penso; logo, cobro royalties!



A crise econômica grega está mexendo não só com a União Européia, mas com todos os países do mundo. Querem cobrar royalties pelos teoremas, métodos e postulados usados nos programas educacionais dos países. Então, toda vez que alguém usar o Teorema de Pitágoras, a Geometria Euclidiana e todos os conhecimentos trazidos à luz pelos gregos um valor será cobrado.
A Grécia começa, assim, a deixar com insônia os líderes europeus e a própria ideologia da UE, pois Espanha e Portugal poderiam ser os próximos a pedir ajuda. O dilema está criado: se bancarem a Grécia, podem abrir precedentes; se não bancarem e recorrerem à solução do FMI, podem estar demonstrando a fraqueza do projeto Euro.
Acho mesmo que eles devem recorrer aos pensadores gregos e criarem a solução para um problema que não é só grego; é mundial. O problema é que a solução grega aparece como um belo Cavalo de Tróia. Será que aceitariam? Tenho minhas dúvidas.

quarta-feira, 17 de março de 2010

2010!!!


Bem, já estamos em 2010 e precisamos arrumar um bom presidente para o Brasil. Alguém se habilita a indicar um nome?
Qual?
Não?
Então como vai ser?

Sem comentário!!!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

É presidencialismo..., naquele país?


O regime é presidencialista. E que haja necessidade de Ministérios ninguém duvida, é preciso ajuda institucional para governar. Mas daí a abrir mão de seu papel constitucional, suas responsabilidades assumidas com a população, a qual emprestou sua vontade e vidas, é uma traição, no mínimo.
Bem, mas e se o plano for esse mesmo? A figura principal existe, afinal é presidencialismo: o presidente.
E se a condução dos atos foi arranjada nos porões e salas mal iluminadas de lugares pouco freqüentados, ou não?
E se o ego já tiver sido inflado a ponto de perder a conexão com a realidade maior, aquela que nos cobra a razão?
E se depois de tudo isso e todo esse tempo chegarmos à conclusão de que o presidente nunca presidiu nada, foi, isso sim, conduzido por seus bem escolhidos ministros e que só participou com sua assinatura?
Será lícito?
Teria havido uma subversão de valores?
Terei dado meu voto em vão?
O que pensar, hein?
Alguém pensa?