Deixe a luz passar!

Deixe a luz passar!
Fiat lux!!!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

A Lua e a cigana!!!


Você colecionou emoções pelo caminho

Eu bem sei

E quando um vento morno tocar teu rosto

Pode ser alguém pensando em você

No meio da noite ou de lugar algum, do nada

Mas quando a lua sair pra te olhar

Alguém que te ama te chama de longe ou de bem perto

Porque as lembranças daqueles dias surgirão claras

Como água cristalina a te incomodar

E as palavras ditas ou não

Pesarão toneladas como os anos a curvar os ombros do Titã

Mas a lua ainda estará lá e vai sair a te olhar

E sei também que você estará sentada vendo uma estrela ofuscada pelo brilho da lua refletindo o sol

Será que nessa hora você vai se lembrar da dança do Cisne

E num rompante dançar nua noite adentro feito pluma ao vento

E, como a Guiomar, ser chamada de louca?

Pena nem todos saberem o que a dança proporciona às almas inquietas e selvagens.

A liberdade solta nos teus cabelos como fogo a queimar o trigal não pode ser loucura 

Senão a vontade e a volúpia do teu corpo a rodopiar 

Girando ora no ar ora na terra vermelha

Com teus pés a levantar poeira e criando algum mistério na noite em que a lua observa a 

plenitude da alma cigana a bailar; e só. 

Será?


Brilho de Estrelas!!!


Naquela noite de maio

Tudo era azul
            
E toda a luz

Que brilhava nos seus olhos

Vinha com brilho de estrelas

Foi quando uma lágrima mostrou um arco-íris
                
Brotando do cristal dos teus olhos

Como uma canção de primavera

Flutuando no perfume do vento

Teu sorriso me prendeu

Daquele momento pra sempre.


domingo, 17 de fevereiro de 2019

Duta, o amigo que se foi!!!

O dia pra mim começou às seis da manhã e com muita vontade de permanecer na cama e dormindo. Não há muito que eu queira fazer nesse horário. Seis da manhã, para mim, é madrugada, hora de estar dormindo e profundamente. Mas, a realidade cobra posturas diferentes das que reclamam minhas vontades. Rearmei o despertador do celular para sete e vinte e voltei para a cama, dormitei mais alguns poucos minutos e antes das sete levantei.
Entrei no Whatsapp, como de costume, para cumprimetar e responder aos cumprimentos dos colegas, amigos, irmãos e quem mais se digne a me mandar um alô ou uma postagem qualquer.
Notei que um amigo de longas datas, o Valdeci, tinha postado algo para mim. Uma notícia não muito boa de se ouvir, ler, saber, enfim. Um amigo comum, vizinho, colega de turma nos primeiros anos escolares, acabara de sofrer um infarto fulminante e falecido. Fiquei triste e relembrei quase que imediatamente o nosso tempo na escola, as tarefas que fizemos juntos na casa dele, as brincadeiras na rua, o susto que dei em sua mãe, não faz muito tempo, ao chegar em sua casa e perguntar por ele dizendo ser da polícia. Quase apanhei de toda a família e rimos bastante depois, mas o susto foi sério, me arrependo da brincadeira, ela passou mal, coitada, já velhinha. E agora ter que enterrar esse filho, e salvo engano, o caçula..
Bem, agora, ele viverá nas minhas lembranças e dos amigos, familiares e de quem o conheceu nesses anos, quando nos encontrarmos e certamente conversarmos sobre sua, nossa, existência juntos.
Descanse em paz, Duta, meu velho e bom amigo Gessi Barcelos.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Atemporal!!!

Um cabernet-sauvignon para apaziguar o dia. Uma taça, mais uma e outra, pronto, a calibragem está feita. Os sentidos se antecipam a dizer que agora sim, tudo faz sentido, o dono deles pode, sim, entender e resolver todas as pendengas que a mente normal e não etílica nem tenta. 
Ora, se o vinho nos melhora organicamente, por que evitá-lo? Não digo que precisamos vitalmente dele, porque não precisamos, mas ele ajuda em algumas funções meio lerdas. Tá, vou tentar explicar. O sujeito está meio down, meio confuso, escutando canto de sereia e, o que é pior, vendo o ser mítico, conversando com ela, olhando no olho, e constatando que por ser real, ela o domina integralmente. É sério, eu já sabia que elas existem, mas nunca pensei ser encontrado por uma e ser psiquicamente abduzido. Fui, estou, sem chance de escapar.
Tenho constatado que esse papo de que seu canto seduz marinheiros e os leva para o fundo do mar é balela, não rola. Descobri que ela nem gosta de água. E, que saber? Sua voz sim, seduz, você começa ouvindo palavras soltas, é um misto de isso não está acontecendo com nunca imaginei que isso fosse possível. O fato é que você se dá conta de que a realidade é mera bobagem, o que conta é que o tempo pára, a vida até faz sentido, você se vê como único e, embora ela finja não estar ali, está e domina todo o tempo/espaço à sua volta.
Quem pensa saber, na verdade, é quem mais se ilude com suas técnicas sutis, eficientes. Tudo parece ajudá-la. Seus olhos, já falei da voz, né? Os cabelos, o caminhar, a forma como te pergunta e diz algo bobo, sem sentido, te amarram sem corda alguma.
O que me intriga é que isso acontece em pleno cerrado à luz do sol, contrariando toda a mitologia nórdica, ainda que um nórdico tenha caminhado por aqui e dito que o centro da terra seria oco e que há portais que nos poderiam levar à terra oca. Isso é insano! É sim, mas, é real! 
Ela caminha e você percebe em seu caminhar quem ela é. Você tenta confrontá-la e ela simplesmente desconversa, diz não saber do que você fala.
Eu quase vi sua cauda da última vez, senti que ela queria me mostrar algo mais, no entanto, quem sabe o que se passa em sua linda e estonteante cabeça? Finge empatia, finge entender, te ilude e vai altiva, confiante.
É preciso aumentar as sinapses para tentar entendê-la, por isso o cabernet-sauvignon..
Sereia, Sara sereia, o que você quer comigo?